domingo, 29 de maio de 2011

Ordenações: Frades Capuchinhos Frei João Paulo e Frei Gilton

A Província Capuchinha de Bahia e Sergipe recebeu, neste final de semana, mais dois sacerdotes que foram ordenados pela imposição das mãos do Bispo de Teixeira de Freitas, o sergipano, Dom Carlos Alberto. Os ordenados foram o Frei João Paulo e Frei Gilton Oliveira.




Ordenação do Frei João Paulo
A primeira ordenação ocorreu na sexta, 27 de maio, em Telha, cidade natal do novo sacerdote, o frei João Paulo, que estava muito emocionado e em muitos momentos derramou lagrimas, ao olhar de centenas de pessoas, que lotaram a avenida em frente a Igreja matriz da cidade.
Na homília, Dom Carlos, lembrou a missa do sacerdote “levar a boa nova aos pobres, curar os corações feridos, consolar os que estão tristes” e acrescentou o bispo, “ter amor profundo a Cristo”. Ao receber os paramentos de sacerdotes dos pais, que também estavam emocionados, o frei João Paulo, foi saudado por todos.
Antes de finalizar, o Frei Florêncio Pecorari, representante do Provincial dos Capuchinhos, que não pode comparecer, por um imprevisto de última hora, agradeceu aos familiares, amigos e a Diocese de Propriá e anunciou que o Frei João Paulo, após ordenado, vai fazer missão no Alto Solimões, na Amazônia, junto as tribos indígenas.
O novo sacerdote fez um agradecimento emocionado aos familiares, a segunda família que são os capuchinos e aos amigos pela presença no momento da celebração e em todos os momentos de sua vida.

Ordenação do Frei Gilton
Na noite do Sábado, 28, na cidade de Itabaiana, com a Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas totalmente lotada, foi ordenado frade capuchino, o Frei Gilton Oliveira, também em uma cerimônia presidida por Dom Carlos Alberto.
Familiares, parentes, amigos, confrades e sacerdotes prestigiaram a ordenação que também teve muitos momentos de emoção e lagrimas do novo sacerdote. O coral do Seminário Maior entoou as canções litúrgicas e deu um brilho especial a cerimônia.
Dom Carlos Alberto ressaltou as qualidades do novo sacerdote, pois ele mesmo o acompanhou quando ainda era pároco em Itabaiana. O bispo afirmou que por conhecê-lo, sabe que será um grande sacerdote e pediu: “continue fiel a Cristo, a sua vocação franciscana e servindo a Igreja, seguindo os passos de São Francisco de Assis, esse grande santo que ajudou a transformar a Igreja”.
O provincial, Frei Rubival Marques, agradeceu a acolhida do pároco da cidade, do povo que ajudou na realização da celebração, em especial a família do ordenado e a Dom Carlos, o considerando um irmão dos frades.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Além do Olhar



“O olho mede a distância e o tamanho das estrelas; encontra os elementos e suas localizações; ele... deu origem à arquitetura, a perspectiva, e a divina arte da pintura.... Que povos, que línguas poderão descrever completamente sua função? O olho é a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com as mazelas e a beleza do mundo”, já dizia Leonardo da Vinci. Pois, o olhar é de fundamental importância na percepção, claro com uma boa dose de literatura, enxergarmos a realidade e algumas pessoas são capazes de observar no olho do outro o que muitas vezes não está explicito.
Os artistas e os poetas ampliam o campo da percepção além do olhar embrutecido pela vida cotidiana e acrescentam experiências além daquelas a que o homem comum não está habituado a exercitar, com este olhar é que o fotógrafo Sebastião Salgado transmitiu sua mensagem através do documentário “Espectro da Esperança”, produzido pela GNT, BBC e HBO, mostrando a dor e o amor, ou a dor e a esperança das pessoas, conforme foi registrado em suas fotos nos diversos países onde o fotógrafo passou, mostrando o sofrimento do povo numa contradição de uma sociedade chamada “evoluída”.
O documentário impressiona e ao mesmo tempo mostra através do olhar obscuro, o que muitas vezes está escondido no inconsciente de cada um. O trabalho de Sebastião mostrou além do olhar de cada criança fotografada, o desejo enorme de viver e ao mesmo tempo, a fragilidade de quem não tem o que comer, onde dormir, e não sabem por que se encontram naquela situação.
Os adultos estão com as mentes arrasadas, a matéria definhando, as forças enfraquecidas pela falta do alimento de cada dia, parecem sem esperanças, aguardando o que para a vida é o fim e para eles o começo de outra, onde, talvez não tenham certeza.
Está além do olhar os sonhos e os sentimentos daquele povo, que ao observá-los tentamos interpretar os seus pensamentos. Paulo Sérgio Duarte, coordenador geral de estudos culturais da Universidade Candido Mendes, afirma que “o olhar humano nunca foi o receptor passivo da natureza e da cena social em que se encontra” e Sebastião Salgado com os olhos ampliados pelas lentes de sua maquina fotográfica, nos mostra o que é real, está em nosso alcance e não enxergamos a gravidade do problema da miséria e da fome, fruto das guerras e da luta pelo poder.
"Não vemos nosso olho, podemos ver a semelhança de nosso olho no espelho..." Giordano Bruno